APOIO: ACADEMIA ROTA DO CORPO

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domingo, 21 de setembro de 2008

JORNAL DO COMÉRCIO (PÁGINA CENTRAL) 01/09/2008


“Nem toda grande circunstância forma um grande caráter, mas todo forte caráter é formado em fortes circunstancias” Lucas Raugust

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

GLOBO ESPORTE 30/04/08


Vídeo mostra o preparo de João Derly e Tiago Camilo para os Jogos Olímpicos de Pequin 2008 (e mostra eu também de Kimono Branco, treinando forte com eles).

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

JORNAL DO COMÉRCIO (CAPA) 01/09/2008


Cristiane Pires

Não faltaram críticas ao desempenho do Brasil na Olimpíada em Pequim. Embora tenha sido classificado com “razoável” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a 23° posição no quadro geral de medalhas veio acompanhada por um sentimento de frustração. Não apenas em função da torcida, que ficou com um gostinho de quero mais, mas pelo fato de países com população e economia infinitamente menores do que a realidade brasileira terem ficado à frente na classificação. A Jamaica conquistou seis medalhas de ouro, e Etiópia quatro, todas em atletismo, modalidade que trouxe apenas um ouro para o Brasil, com Maurren Maggi no salto em distância.
Não foi por falta de dedicação e esforço dos nossos atletas. As poucas medalhas refletem a falta de estrutura em um país de dimensões continentais. Por trás desse descontentamento com a performance nacional, há também um outro sentimento velado: o de culpa. A falta de patrocínio é considerada um dos principais entraves para que o esporte realmente decole. E isso não inclui apenas verbas governamentais. O apoio da iniciativa privada é fundamental no processo de formação de atletas.
Que o diga quem está em busca de apoio para poder se dedicar aos treinos. Lucas Raugust não participou da Olimpíada de 2008, mas planeja estar em Londres 2012. O Judoca sabe que essa não será uma tarefa fácil, pois já fez várias tentativas sem qualquer sucesso. Praticante do esporte desde os sete anos, traz no currículo mais de cem medalhas e o esforço, desde os 14, para ter suporte financeiro da iniciativa privada. Embora a vontade fosse viajar para Sidney e disputar os Jogos Olímpicos da Austrália, em 2000, já tinha dificuldades em participar de campeonatos nacionais fora do Rio Grande do Sul em função dos custos. Foi com o auxílio financeiro do Pai que conseguiu seguir e não desistir de do
esporte. “O ‘paitrocínio’ funcionou”, brinca, sem esconder a decepção de não ter condições de ter o judô como atividade exclusiva.
Hoje, aos vinte anos, precisa dividir o tempo entre a faculdade de administração, o estágio, as aulas que dá em academia e os treinos. Foi assim que conseguiu o título, nesse ano, de Campeão do Jogos Universitários Gaúchos e a tarefa de representar o Rio Grande do Sul na etapa nacional, disputada em Maceió, Alagoas. A alegria da conquista deu lugar à preocupação de competir em outro estado e à corrida por formas de custear viagem. A faculdade ajudou com 20% do valor da passagem, e Raugust precisou encontrar formas de bancar outros 80%. Fez um projeto com proposta de patrocínio e procurou algumas empresas, mas não teve retorno positivo. “Na maioria das vezes, a resposta é de que as companhias ainda, não estão prontas para esse tipo de projeto”. Relata. Da tentativa, resultou uma parceria. Em troca do uso da marca da academia no quimono, tem um lugar adequado para se exercitar. “Vai ser nosso atleta na Olimpíada de 2012”, diz o proprietário da Rota do Corpo, Marco Antônio Mesquita Lerias.
A ajuda dos amigos resolveu parte do problema: o chefe parcelou a passagem de ida no seu cartão de crédito. “Para voltar, minha idéia era pegar um vôo até São Paulo, que é mais barato, e de lá vir de ônibus até Porto Alegre”, conta. Dois dias antes de embarcar, veio a aprovação de um empréstimo solicitado no banco e, com o dinheiro, a garantia de um vôo de volta, Durante todo esse período, o judoca deixou de treinar. Chegou a Alagoas cansado, pois optou pela alternativa mais barata, o que significava escala em cinco cidades e uma viagem de 12 horas. “Há todo um desgaste físico e psicológico que atrapalha a concentração e o desempenho. Não fosse todo esse percalço, eu poderia ter voltado com uma medalha”, acredita. Agora, sairá novamente em busca de apoio para tentar competir por outra medalha, desta vez, a olímpica.